sábado, 14 de março de 2015

O SER HUMANO É MAIS IMPORTANTE QUE QUALQUER TRADIÇÃO RELIGIOSA




O ser humano é mais importante que qualquer rito, tradição e código religioso.

   Jesus mostrou isso claramente ao permitir que em um dia de sábado, seus discípulos arrancassem e comessem espigas. Porém, na tradição judaica qualquer tipo de trabalho no sábado era proibido. Na visão dos judeus casuístas, o que os discípulos fizeram era considerado trabalho. Ao receber censura pelo que os discípulos fizeram, Jesus usa o bom senso.

  Eles estavam com fome, logo, era lícito eles comerem, independente se havia ou não a quebra de um rito religioso. Como respaldo, Jesus faz menção a uma situação onde o rei Davi e seus homens estavam com fome. O que tinha mais próximo deles eram os pães da preposição. Ora, não era permitido que nenhum homem comesse desse pão ritualístico, apenas os sacerdotes. No entanto, comeram. A fome deles era mais importante que a manutenção de um rito.

   Infelizmente, muitas pessoas se tornam cegas com os exercícios espirituais e deixam de lado o ser humano. É comum ver pessoas deixando de comprar remédio para alguém da família que está doente para entregar como oferta ou dízimo na Igreja. Se prendem a um código religioso e não usam a simplicidade do bom senso: Está doente, compre um remédio.

  Os ritos são importantes. Eles servem como engrenagem para a nossa memória nas questões espirituais. Porém, não devem excluir o próximo. Jesus falou: “Aqui está algo maior do que o Templo”. O que era? O ser humano.

 Há uma religião onde doar sangue é proibido. Há um código por trás que favorece esse entendimento. No entanto, ao se deparar com um próximo, com o mesmo tipo de sangue, precisando de doação, é lícito doar.

 Nossas crenças não devem nos isolar do próximo e nem de nós. “Misericórdia quero e não sacrifício”. Se há um amigo no hospital doente e o único horário para visita-lo é o horário do seu culto religioso, vá visita-lo! Se uma família possui uma tradição muito forte em uma religião e um membro se converte a uma outra religião totalmente diferente, este, não deve ser discriminado.

  Lembre-se da santa ceia. É um rito muito importante no cristianismo. No entanto, não deixe que o pão e o vinho tornem você um cego. Fique atento ao seu lado. Pois ali está o seu semelhante. Jesus antes de comer a santa ceia, ele lavou os pés dos discípulos. Primeiro o próximo, depois a tradição religiosa.

Pense nisso!
Pedro Henrique Curvelo
Março de 2015

Referência bíblica: Mateus 12: 1 - 8

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

VOLTEMOS PARA A GARAGEM



Voltemos para a garagem
Onde o conserto é feito
Onde podemos descansar
Ganhar uma nova pintura e energia

O tempo nos concede a oportunidade de visitarmos veredas antigas
Agradecer pelo que foi, celebrar o que é e confiar pelo que será

Andarilhos vem e vão
Sob os nossos pés a ligeireza da corça
Sob o nosso coração, uma nova visão 

O renovo, a metamorfose, por fim, a evolução da aurora diante do tempo chamado HOJE

Hoje é noite, hora de desligar o motor
Amanhã é dia, hora de voltar para a estrada


Pedro Henrique Curvelo
18 de novembro de 2013

Imagem: http://www.lagoinha.com/ibl-vida-crista/as-veredas-antigas/

terça-feira, 12 de novembro de 2013

COMO VIVER OS DOIS ÂMBITOS DA FÉ?




O que é a Fé? De uma forma simples podemos entender a fé como ação. Tudo bem que existe uma definição teológica com o seguinte conceito: “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem” (Hb 11).

     Mas na prática ela é esclarecida através da ação (Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma – Tg 2:17), do correr o risco, da intuição, enfim, do fazer e ver no que vai dar.

     Exemplo: uma pessoa que deixa a zona de conforto da sua cidade, família e emprego. Larga tudo para tentar a vida em outro país que não conhece ninguém. Isso é fé. É arriscar.

      Mas existe outro nível da fé que é o arrependimento. Esse âmbito é o mais difícil.

     Pois, este significa abrir mão de algo considerado precioso, renunciar uma prática ou pensamento por causa de Deus ou de um princípio. Ou seja, por causa de outra pessoa ou causa, eu tomo uma ação. Para o bem do outro, não necessariamente o meu.

     Veja que na primeira eu tomo uma ação por ganho próprio. "Em dentro de cinco (5) anos vou trabalhar o máximo para comprar minha casa própria". Perfeito! Isso é um alvo que, conquistando, irá ser proveitoso para você.

      Deus valoriza isso também! Uma pessoa que acredita em si mesma, que corre atrás dos seus objetivos. É louvável diante de Deus.

       Mas, o outro âmbito, Deus também quer que você desenvolva da mesma forma. O de abrir mão de algo por causa de um princípio espiritual.

        Quando Jesus cura o paralítico (Mateus 9) trazido por um grupo de amigos, Jesus valoriza a fé dos amigos. Pois, tomaram uma atitude. Tinham uma necessidade (o amigo paralítico), viram uma possibilidade, ou seja, plano de ação (Jesus cura) e tomaram uma atitude (levar até Jesus não importando o obstáculo). Mas para o paralítico, Jesus ensina a fé do arrependimento: "seus pecados estão perdoados". Isto é, em um único evento, dois âmbitos da fé foram necessários.

       Diante desse assunto, meu amigo leitor, desenvolva sua fé no primeiro âmbito: tenha alvos (emprego, curso, casa própria, casamento, comprar algo). Tome ações que irão gerar resultados.

       Mas, desenvolva o outro âmbito também, o do arrependimento. Abra mão daquilo que a sua consciência diz que não é a vontade de Deus. Aquilo que irá ferir o seu conjunto de princípios.

        Viva os dois âmbitos da fé! Dessa forma, sua vida será mais saudável.



Pedro Henrique Curvelo

Novembro de 2011